Uso de jargões não revela especialista e muito menos competência
É crucial para o resultado positivo de qualquer entrevista que o repórter entenda perfeitamente bem todas as mensagens de seu interlocutor para, da mesma forma clara, poder repassá-las à Opinião Pública. Por isso, sempre que possível alerto aos clientes para o risco do uso exagerado de jargões, que são normais em qualquer atividade, mas de compreensão restrita. Ofereço um exemplo ocorrido numa das nossas sessões de Media Training:
Repórter: “Como você explica o aumento da vendas e participação de mercado da marca X?”
Diretor de Marketing: “Fizemos algumas ações de PDV, buscamos apoio dos Opinion Leaders e ampliamos as inserções da marca na mídia. Foi assim, basicamente, que ampliamos em 5% o market- share da marca.”
Repórter: “Me desculpe, mas a sua mensagem foge à minha compreensão e, não tenho dúvidas, de boa parte de nossa audiência. Você pode ‘traduzi-la’ para que possamos entendê-la?
Obviamente que falando aos seus pares este diretor será bem compreendido, seguramente. No entanto, ao deixar o espaço de seu “grupo” ele deve, obrigatoriamente, “reescrever” esta mensagem para que ela possa ser compreendida também pelo público leigo e, inclusive, pelo repórter, que tem de estar preparado sim, mas sem obrigação de deter minúcias do tema que cobre.
O entrevistado é o grande responsável pela compreensão de suas mensagens pelos públicos-alvo. Por isso deve responder todas as questões da imprensa numa linguagem simples, que possa ser compreendida facilmente pelas audiências. E sempre que possível, pausada e didaticamente. Jamais deve se deixar dominar pela pressa e nunca desdenhar as questões “óbvias”. Por último, é importante ter consciência de que o uso de jargões não revela um especialista e muito menos competência.
Para finalizar, traduzo para os leigos a mensagem exposta acima:
Diretor de Marketing: “Fizemos algumas ações nos pontos de venda (lojas, supermercados, magazines), buscamos apoio das pessoas influentes no segmento, ampliamos a exposição da marca nos veículos de comunicação. Foi assim, basicamente, que ampliamos em 5% a participação de mercado da marca”.